tag:blogger.com,1999:blog-72550429096885888642024-02-19T08:39:30.436-03:00Anderson Fabiano: crônicas e irreverênciasCrônicas e IrreverênciasAnderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-22697758020451042082014-09-22T13:25:00.001-03:002014-09-22T13:25:35.283-03:00Verdades adiadas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_kxGM0FCAnJFL5ShQ04VZ2adFMfEb6ehVmWAYKEBgiWuu50BmrCQsYmPMMz8vBTpOK1u5Z9FhMku0cd1q5PC-K8Alh-0KgAVGNrH1wmfUAxUh7bi86c1P_0ZMYTgGHJ07vxVrPtOyKcsC/s1600/ZUZU-ANGEL_edit.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_kxGM0FCAnJFL5ShQ04VZ2adFMfEb6ehVmWAYKEBgiWuu50BmrCQsYmPMMz8vBTpOK1u5Z9FhMku0cd1q5PC-K8Alh-0KgAVGNrH1wmfUAxUh7bi86c1P_0ZMYTgGHJ07vxVrPtOyKcsC/s1600/ZUZU-ANGEL_edit.jpg" height="175" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A pergunta que mais vezes tive que responder, após o lançamento do livro "Bin Laden não morreu!", em 11 de setembro de 2012, foi se eu tinha medo de ser perseguido, preso ou sequestrado pela CIA.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não sei de onde as pessoas tiraram essa ideia, afinal, tudo o que fiz foi reunir num livro os documentos oficias que estão à disposição de qualquer interessado <i>(declassified documents</i>). De fato, não creio que a <i>intelligenza</i> ianque tenha qualquer interesse em perseguir alguém num distante e insignificante (pra eles) <i>Brazil</i>. Nem sou tão corajoso como muitos arriscaram dizer, e nem dei uma de Tim Lopes, pois não tenho competência para tanto. Talvez as pessoas tenham perdido a intimidade com a verdade e entrem em pânico quando veem alguém que o faz.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Escrever o "Bin Laden...", para quem frequentou as trincheiras da oposição durante a ditadura militar, nasceu e foi criado numa cidade onde o cidadão de bem vive atrás das grades com medo de arrastões e balas perdidas, não é tão complicado.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Agora mesmo, a mídia está enchendo a boca para dizer que foi finalmente provado que a Zuzu Angel foi assassinada pela ditadura. Ora, será que alguém em sã consciência tinha alguma dúvida a esse respeito? Quem viveu aqueles tempos sabe que uma mãe que saísse todos os dias procurando um filho desaparecido ia acabar tendo o mesmo fim.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E na esteira desse caso há inúmeros outros: Jango, Juscelino, Vlado, Tancredo, Castelo Branco e até Eduardo Campos.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por essas e outras, quando os louros meninos do norte proclamaram aos quatro ventos que pegaram o Bin Laden e não mostraram nenhuma prova desse grande feito, me deixaram com a pulga atrás da orelha. Afinal, esse não é o padrão deles: Guevara (desarmado e doente), foi assassinado com uma rajada de metralhadora depois de preso e “mereceu” a foto de seu cadáver exibido mundo a fora. Com o Saddam foi a mesma coisa: foto do buraco onde ele foi encontrado; foto do ditador barbudo; foto do julgamento “justo” e da execução. Então porque não fazer o mesmo com o líder da Al Qaeda? O inimigo número 1 da moda, naquele momento?</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Estranho, muito estranho. E pra piorar ainda vem alguém e diz que o cara era invenção da CIA? Invenção em que sentido?</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sei lá, talvez as pessoas devessem ler (ou reler) o “1984”, do Orwell para reaprender a desconfiar de histórias mal contadas. Ou, quem sabe até, o meu “Bin Laden...”, pois podem haver verdades ocultas atrás das “verdades” que a gente pensa conhecer.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Talvez a CIA não perca seu precioso tempo me perseguindo ou sequestrando, até porque tudo leva a crer que eles acreditam que ninguém jamais saberá a verdade sobre a queda das torres gêmeas ou a “morte” de Bin Laden, assim como não se sabe até hoje as verdadeiras circunstâncias do assassinato do Kennedy.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">As pessoas esperaram vinte e tantos anos para “saber” que Zuzu Angel foi assassinada. Não custa, portanto, esperar mais um pouco para saber o que se chamou de “invenção da CIA”. Se eu não souber, tudo bem. Meus netos ou bisnetos saberão.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Afinal, a humanidade não é tão idiota assim diante de certas obviedades.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span></div>
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Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-79922625021440043292014-08-15T10:11:00.002-03:002014-08-15T10:11:34.688-03:00Não vou desistir do Brasil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9LF7yST1c9rIgZNAMFR7SQzQ3JAMHitV4Yo3BVCff6wt2OUeOLbes4W5jztOoD5LELosDh9Xeyo4VD34Ds1MtrNSLM7VyoPHKqCvGeAzzPCOLRcBpiwHt750Jjve7X8CABG8VIn-0dWjX/s1600/Eduardo-Campos_4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9LF7yST1c9rIgZNAMFR7SQzQ3JAMHitV4Yo3BVCff6wt2OUeOLbes4W5jztOoD5LELosDh9Xeyo4VD34Ds1MtrNSLM7VyoPHKqCvGeAzzPCOLRcBpiwHt750Jjve7X8CABG8VIn-0dWjX/s1600/Eduardo-Campos_4.jpg" height="133" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Eduardo morreu! Não um Eduardo qualquer. Esses, morrem todos os dias de balas perdidas, nas filas do SUS, de subemprego, fome ou desesperança. Mas um Eduardo presidenciável.</span><div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O país dormiu com um tanto da esperança renovada e acordou com uma bola de fogo despencando dos céus de Santos. Ou como disse um amigo que compartilhei no Facebook, <i>"La magique n’existe pas”</i>.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eduardo não era nenhum santo ou mesmo um salvador da pátria, afinal era um político e como tal poderia, perfeitamente, conhecer e ser adepto da prática do tapinha nas costas e das promessas não cumpridas, mas que sua plataforma política lançou um alento no seio da família brasileira, lá isso ele fez. Longe de ser um Sassá Mutema, o neto do Arraes soube se apresentar à nação nesses tempos de videoteipe PT versus PSDB, com um discurso que o país anda louquinho para ouvir e ver funcionar: o da Ética. E se existe um tema sobre o qual nem PT, nem PSDB podem abrir a boca é essa tal de ética. Cuecas milionárias, mensaleiros, dossiê disso, dossiê daquilo, etc. e tal. Até parece vaca de fazenda nordestina: num ano é de “A”, no outro de “B” e tome de empréstimo no Banco do Brasil. Sai FHC, entra Lula, sai Dilma, entra Aécio. É só isso que temos? Será que nenhum partido político possui um filiado que seja que frequente os botequins da cidade, as rodinhas das esquinas, os fins de festa da periferia para ouvir o que o povão anda dizendo da Dilma, do PT, da política?</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ninguém aguenta mais essa zona! Ninguém aguenta mais políticos de discursos vazios e sorrisos encomendados para fotos de campanha!</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A gente está de saco cheio desses caras!</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Caetano Veloso disse, após a morte de seu amigo Eduardo: “estou cansado demais das esperanças ligadas ao Brasil. São muitas décadas de teimosa aposta no país em que nasci”.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Eduardo dizia “que não ia desistir do Brasil”.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E eu... nem sei mais o que dizer. Mas desistir, jamais!</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-60080497473618048142014-07-31T15:11:00.000-03:002014-07-31T15:11:06.149-03:00Mais um 7 X 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzJwkysPbtd44p-6hYTE6dVTBq-683zrdZAra_zpYE-ezMenCCvdUVQGWzXJW9p2ra_waswtz1YAf4YRF5utzlwuiR11RV97TY2KO4TyBS2BwsVgSwveemqDN3OFWq94-tjNwbB88gtdJH/s1600/Mais+um+7+X+1_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzJwkysPbtd44p-6hYTE6dVTBq-683zrdZAra_zpYE-ezMenCCvdUVQGWzXJW9p2ra_waswtz1YAf4YRF5utzlwuiR11RV97TY2KO4TyBS2BwsVgSwveemqDN3OFWq94-tjNwbB88gtdJH/s1600/Mais+um+7+X+1_2.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quando imaginei estar refeito da cara de idiota após aquele trágico 7 X 1 pra Alemanha, caí na esparrela de ler uma notícia no G1.com.br: “41% dos candidatos declaram 'patrimônio zero' nestas eleições”. Inacreditável!</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nas eleições de 2014, além dos 11 candidatos à presidência da república, outros 25.052 apresentaram registro de candidatura para os cargos de governador, senador, deputado federal e estadual. </span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para a maioria dos inocentes brasileiros, uma legião de abnegados e altruístas cidadãos preocupados com o país. Certo? Errado! Na verdade trata-se de uma legião de famintos oportunistas, querendo mamar nas tetas do erário, leia-se, às nossas custas. Pelo menos os 10.337 que alegaram não possuir bens em seu nome (41,2% do total). E mais: 194 candidatos alegam possuir bens no valor de R$ 10,00... eu disse DEZ REAIS e outros 208, mais cínicos ainda, declararam só possuir bens no valor de, pasmem, R$ 1,00. Ou seja, não possuem nem uma bicicletinha e querem se eleger para um cargo público.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é possível! Estão de sacanagem com os brasileiros. E pior, com a conivência do TSE que afirma: "Eventuais falsidades ou incongruências na declaração de bens dos candidatos podem ser objetivo de investigação do Ministério Público ou dos partidos". E ai, pergunto: será que ninguém no TSE desconfiou que há “falsidades ou incongruências” nessas declarações? Vamos ter que esperar o MP ou algum partido pedir investigação dessa calhordagem explícita? Coisa que quem tem culpa no cartório não vai pedir nunca!</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Apenas para quem não conhece do riscado: você faz ideia de quanto se gasta para se eleger um simples vereador numa cidade de mais ou menos 150.000 eleitores? Entre R$ 800 mil e R$1 milhão de reais. São santinhos, faixas, cartazetes, comícios, vídeos, jingles e etc. E no etc. estão incluídos churrascos, milheiros de tijolos ou telhas, jogos de camisas de futebol, cestas básicas e as famigeradas bocas de urna, que mesmo proibidas são prática descarada em qualquer lugar. E os caras querem que eu acredite que eles não têm um tostão? Que não possuem uma bicicleta velha para se deslocar para os locais de corpo-a-corpo com seus eleitores?</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fantástico!</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas, o TSE nos conforta justificando que essas declarações, ridícula e obviamente fraudadas, "atendem ao princípio da transparência de informações e contribuem para que o cidadão possa conhecer melhor os candidatos".</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É... Tenho mesmo cara de idiota... Outro 7 X 1? Ou seria 171?</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É por essas e outras que os mensaleiros, os Lulas e os Calheiros continuam soltos e o nosso país, a despeito do povo cordial e pacífico (talvez, pacífico demais), está nessa merda.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ora, façam-me um favor!</span><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
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</div>
</div>
</div>
</div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-49745465718779136262014-07-11T17:02:00.002-03:002014-07-11T17:02:23.915-03:00Oito de julho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibUGCfbTCXddCLCwvER3q-gN7yP9MEmfQaBP7634fal1XJrSdYRbVQIqQrRLV1W3HECwa8oW1MHqaBPgbe_-ONVRkw3agLgRnQKuMechHzvTPm5Sv-SG8PEH9jrUPptTZWNDvEU5QHrc1X/s1600/oito+de+julho2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibUGCfbTCXddCLCwvER3q-gN7yP9MEmfQaBP7634fal1XJrSdYRbVQIqQrRLV1W3HECwa8oW1MHqaBPgbe_-ONVRkw3agLgRnQKuMechHzvTPm5Sv-SG8PEH9jrUPptTZWNDvEU5QHrc1X/s1600/oito+de+julho2.jpg" height="189" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sete da noite.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dos barulhentos bêbados que frequentam o bar aqui ao lado não se ouve nada. Apenas o toc-toc nervoso das bolas de sinuca. Nem seus Veronas e Chevettes estão vomitando os funks, sertanejos ou gauchescas com que enchem meu saco quase todo dia. Os cães que tanto me apoquentam com seus latidos e cagadas na entrada da minha garagem sumiram. Nem um latido ao longe é ouvido.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Da minha varanda, atônito, busco um palavrão nelson-rodriguiano que possa expressar minha revolta, e nada. Tudo que consigo balbuciar é um repetido “Meu Deus”, entre incontáveis reticências. Nem um pedidozinho consigo fazer.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olho por sobre os telhados, identifico os prédios do litoral e tudo que consigo ver é um silêncio abissal e bandeiras sendo retiradas das janelas.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Brasil não jogou com a Alemanha, apenas serviu de saco de pancadas para um treino coletivo dos chucrutes, como se fôssemos o time sub-17 do Íbis.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Brasil não perdeu para a Alemanha, foi massacrado em pleno Mineirão, na Copa das Copas, a Copa do PT, o <i>panis et circenses</i> inventado pelos marqueteiros do governo para criar um cortina de fumaça e ganhar as eleições de outubro próximo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Durante a tomada de Monte Castelo, na Segunda Guerra Mundial, os alemães dizimaram 417 pracinhas do Regimento Sampaio. Agora, dizimaram 200 milhões de esperançosos brasileiros sem saúde, sem educação, sem moradia, sem emprego e sem direito a ver, ao menos, sua seleção ser campeã mundial.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sinceramente, não sei se a estratégia de anistiar 1 bilhão e tanto de impostos da FIFA deu certo, o que sei é aqueles meninos que pediam no comercial da Sadia para seleção ganhar a Copa para eles, vão ter que esperar mais quatro anos.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Agora, teremos que nos contentar com a disputa de um minguado 3º lugar, no sábado, como se isso tivesse alguma importância.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tomara que sobre revolta suficiente nos corações brasileiros para que, em outubro, possamos gritar em uníssono: “MOSTRA TUA FORÇA BRASIL, EM OUTUBRO, NAS URNAS!”</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><br /></i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Globo.com</span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-36420357768180104572014-06-04T22:49:00.001-03:002014-06-04T22:49:30.331-03:00O Brasil não é o PT!<div id="fb-root">
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Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-55450717273266291652014-05-16T11:48:00.001-03:002014-06-04T23:45:00.535-03:00O torcedor e o cidadão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3droS7KaMVhs8yk8-RIk0-AdkOdc8emJCrT1ag6YPkDqXsoIC3OL3iHEEc6gMM6s_0eBhRJ7wkx5GCbCeO9YxTIdIc6UZOm4RU-Cu1X78BnVZwZgf_b86_C8ersyHkWNa_0ocNNCA_KEP/s1600/O+torcedor+e+o+cidad%C3%A3o1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3droS7KaMVhs8yk8-RIk0-AdkOdc8emJCrT1ag6YPkDqXsoIC3OL3iHEEc6gMM6s_0eBhRJ7wkx5GCbCeO9YxTIdIc6UZOm4RU-Cu1X78BnVZwZgf_b86_C8ersyHkWNa_0ocNNCA_KEP/s1600/O+torcedor+e+o+cidad%C3%A3o1.jpg" height="132" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Saiu a convocação da seleção do Scolari. Em outros tempos estaria envolvido em calorosas discussões com os amigos, analisando cada nome e, de cara, estaria defendendo que o Dedé é bem mais completo, eficiente e versátil que o Henrique, pois se o Brasil tem 200 milhões de técnicos de futebol, um deles sou eu. Mas, diante dos absurdos que vêm sendo cometidos em prol da Copa da Fifa, preferi ser apenas cidadão.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Muita gente, inclusive eu, não morria de amores pelo Figueiredo, mas cá entre nós, o ex-general de Cavalaria tinha lá razão em ser grosso em certas ocasiões, como por exemplo, quando rechaçou a proposta do Havelange para o Brasil sediar a Copa de 1986: “Você conhece uma favela do Rio de Janeiro? Já viu a seca do Nordeste? Então, Havelange, pega essa copa e enfia onde você quiser.” Sábio Figueiredo.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Definitivamente, eu não entendo como um governo pretensamente popular aceita bancar os mimos da Fifa e promover uma Copa no Brasil, quando a gente não tem grana nem pra dar um sistema de Saúde de qualidade ao povo! Os valores envolvidos são despropositais, coisa de pobre soberbo. Megaestádios construídos em cidades que nem times da 1ª Divisão têm.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Manaus, por exemplo, com o devido respeito aos meus compatriotas de lá, tem um estádio que custou R$ 604 milhões, R$ 89 milhões mais caro que a previsão, mas com um nome pra lá de pomposo: Arena da Amazônia. E depois da Copa, fazer o quê com esse elefante branco? Assistir ao clássico Fast e Princesa do Solimões? Ora, faça-me um favor!</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A Arena das Dunas, em Natal, custou R$ 695 milhões; a Arena Pantanal, em Cuiabá, R$ 525 milhões e a pérola das pérolas, Brasília, onde o estádio Mané Garrincha custou a exorbitância de R$ 1,566 bilhão. Pra ver o quê? Brasiliense e Gama? Puta que pariu! O governo brasileiro jogou no lixo exatos R$ 8, 9 bilhões!</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ah! Mas os hipócritas de plantão sairão lépidos de suas trincheiras para defender que uma Copa do Mundo põe o país na vitrine mundial! É verdade! Assim, o mundo inteirinho vai saber que a pobreza por essas bandas continua a mesma, que a Cultura não tem importância alguma, que os aeroportos não funcionam, que os transportes são uma bosta, que celular não “fala” nos estádios e que a internet não tem a velocidade prometida. Que puta propaganda o PT conseguiu para o nosso amado país!</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É lamentável que os milhões de brasileiros que reclamam todos os dias do valor do salário mínimo, que seus filhos não têm acesso a um ensino de qualidade, que morrem à mingua nos hospitais públicos, que enfrentam três, quatro horas trancados em transportes infernais para chegar ao trabalho, estejam contando os minutos para se deliciar com as mágicas diabruras de Neymar e companhia, numa Copa que sequer poderão assistir nos estádios!</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Adoro futebol, mas não vou pendurar uma bandeirinha sequer na minha varanda, não vou comprar vuvuzela e, mesmo com o meu patriotismo em prantos, vou torcer para a seleção ser desclassificada nas oitavas de final.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Já basta a gigantesca e imoralíssima corrupção imposta pelo PT à nação brasileira e a bizarra tentativa de cubanização da nossa economia, em pleno século XXI! Não vou dar força para essa palhaçada que sangra nossos combalidos cofres em prol dos champanhes, carrões e caviares do “seu” Blatter e asseclas. Nosso povo merece coisa melhor que bancar o palhaço dos Lulas, Dilmas, Zé Dirceus e Blatters.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como brasileiro e fã de futebol, peço desculpas aos nossos queridos craques, mas dessa vez vou deixar a seleção de lado e torcer pelo Brasil.</span><br />
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<i><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Anderson Fabiano</span></i></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Montagem do autor sobre fotos do Google</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"></span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-88411278026898329322014-03-03T11:15:00.001-03:002014-03-03T11:19:00.318-03:00Ah! Meu Brasil...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB47wW7IRsblER6VeYO30hhVt24aXjTiMvb8Sc-JL5M2IbvQ6JTYfGp50Bj9AfVSga6NaddtRMXMp6Z6CSChZDrm-ZabtCaNjsiJwb8T2UwCX5KeKX_vcNk7AAtErq-zRyGHqdkQw2X_Tk/s1600/Ministro+Joaquim+Barbosa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB47wW7IRsblER6VeYO30hhVt24aXjTiMvb8Sc-JL5M2IbvQ6JTYfGp50Bj9AfVSga6NaddtRMXMp6Z6CSChZDrm-ZabtCaNjsiJwb8T2UwCX5KeKX_vcNk7AAtErq-zRyGHqdkQw2X_Tk/s1600/Ministro+Joaquim+Barbosa.jpg" height="112" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu por 6 votos a 5, oito mensaleiros do crime de formação de quadrilha!</span><div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Leio a notícia e como um leal discípulo de Drummond, corro no Aurélio e está lá: quadrilha - s. f. - Horda de criminosos que obedecem a um chefe e cujo objetivo é o crime.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se a compra de votos de parlamentares para favorecer assuntos de interesse do governo PT não é crime de corrupção, que nome podemos dar a isso? Ação entre amigos?</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Havia um chefe a quem todos obedeciam: Lula.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Houve um crime claramente comprovado: corrupção.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Seus praticantes, então são, tecnicamente, criminosos. Qual a dúvida então, que levou seis juízes do mais alto magistrado desse país a inocentar aqueles patifes?</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O mais engraçado é que a “pífia” decisão favoreceu exatamente Dirceu, Delúbio, Genoíno e João Cunha, os quatro mais importantes PTralhas condenados e que flutuaram do regime fechado para o semiaberto, como num passe de mágica.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas, esperar o que de um colegiado formado em sua maioria por juízes indicados pelo próprio PT? E para os que se apresentam com a chorumela de dizer que “fulano foi indicado pelo PT e votou contra”, um recado: odeio inocências temporãs! Vocês nunca combinaram nada numa mesa de botequim? Não!? Então, vou apresentar um amigo querido que ao tempo de sortear jurados, marcava os nomes que interessavam com um clips, metia a mão no saco e “sorteava aleatoriamente” quem interessava.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como o STF tem poderes para criar jurisprudências, sugiro aos advogados responsáveis pela defesa de integrantes do PCC, Comando Vermelho, Black Blocks, MST e outros assemelhados que usem do mesmo expediente. Estão abertas as comportas.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E assim, mais uma instituição brasileira confiável vai pro buraco!</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Só falta agora os Correios não entregarem mais as correspondências e os Bombeiros se recusarem a apagar o incêndio de nossas casas, pois a Justiça, com letra maiúscula, como a gente simples tanto precisa, já era. </span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Triste Brasil!</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; text-align: justify;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; text-align: justify;">Imagem: Google</span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-41808387260101943072013-12-11T12:30:00.000-02:002013-12-11T12:30:03.497-02:00Baderna anunciada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWV-4uOmJmHMn2Y4d7agiLjUDybduMbTbF-zrdlQGa5MMsOtpn-qKTeNa3BTAF2D5GhchyBWV6oMhsP2VyFP1bOkd1YARm0OTEISt1b02jjDFg7Ao8GJo6woFRqMLgHECWGnLGjKUsopSO/s1600/confusao_torcidaatleticopr_vasco11_ae_95.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWV-4uOmJmHMn2Y4d7agiLjUDybduMbTbF-zrdlQGa5MMsOtpn-qKTeNa3BTAF2D5GhchyBWV6oMhsP2VyFP1bOkd1YARm0OTEISt1b02jjDFg7Ao8GJo6woFRqMLgHECWGnLGjKUsopSO/s200/confusao_torcidaatleticopr_vasco11_ae_95.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">As torcidas organizadas do Atlético Paranaense e do Vasco da Gama enfrentaram-se em mais uma lamentável demonstração patética de selvageria, despreparo e falta de noções básicas de cidadania e geraram, para todo o mundo, cenas da mais pura barbárie, às vésperas de uma Copa do Mundo que será realizada no Brasil no próximo ano.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Alguém disse que o confronto foi marcado numa dessas redes sociais, no caso em questão, o Facebook, que parece não servir mesmo para fins mais sérios, além do oba-oba social, vasculhar a vida dos outros e promover a superficialidade e distanciamento entre as pessoas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Engraçado, é que mesmo com o diretor da CIA admitindo que a tal Linha do tempo é um importantíssimo instrumento de localização e repressão de cidadãos suspeitos, aqui, na terra brasilis, bandidos exibem armamentos, moças têm suas intimidades reveladas, pedólatras atraem inocentes para suas alcovas, e idiotas, marginais e drogados, disfarçados de torcedores, marcam brigas; e o aparelho policial brasileiro, que é pago para defender os cidadãos de bem, não faz nada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Vi as cenas mostradas nas TVs (Bandeirantes, Sport TV e Globo) e não tenho nenhuma dúvida que foi a torcida Fanáticos, do time paranaense, que começou a confusão dentro da Arena Joinville e, mesmo sabendo que a Força Jovem do Vasco está longe de ser um grupo de “bons meninos seminaristas”, ficou bem claro que, no referido episódio, ela foi acuada e se defendeu da agressão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Agora, a opinião pública se vê chocada ao saber que quatro ou cinco jovens apanharam tanto que foram parar no hospital. Alguns, inclusive, com suspeita de lesões mais sérias, comas, etc. e tal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Pois bem, esses quatro ou cinco “anjinhos” estavam metidos numa tremenda confusão e poderiam ter sido eles que mandariam outros “anjinhos” para o hospital ou, quem sabe, para o necrotério.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quer saber? Fodam-se. Foi pouco. Deveriam ter apanhado muito mais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Agora, um grupo de senhores, pretensamente sérios e responsáveis, irá julgar o episódio e aplicar as devidas sanções aos dois clubes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Então, senhores, anotem, por favor, as minhas modestas contribuições para o cumprimento correto da justiça:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">1. Quem começou aquela bagunça foi a torcida do Atlético, que já estava jogando em Joinville por conta de punições anteriores que lhes tiraram o mando de campo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">2. Aquele jogo jamais poderia ser realizado em estádio tão acanhado, sem instalações e policiamento adequados a um jogo daquela magnitude: um time lutando para a classificação para a Libertadores e outro tentando fugir desesperadamente de mais um vergonhoso rebaixamento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">3. Quando o Ministério Público de Santa Catarina quiser se manifestar sobre assunto do qual não domine as peculiaridades, seria de bom tom informar-se com quem é da área, porque “determinar que a segurança devia ser particular, por se tratar de evento particular”, é uma das coisas mais estúpidas que já ouvi nessa vida.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">4. A PM, com sua larga experiência em controle de conflitos, não deveria, de forma alguma, ter concordado (aceito) que a segurança interna ficasse a cargo de uma meia dúzia de “carinhas fortes”, que na hora da porrada, sumiram todos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">E mais, é pra meter a boca? Então vamos lá: o consumo escancarado de maconha e outras drogas, além da permitida e “inocente” cervejinha, corre solto nos estádios. A PM vê e não faz porra nenhuma. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">As autoridades policiais conhecem muito bem os baderneiros e marginais travestidos de torcedores que promovem essas tragédias anunciadas e não fazem, preventivamente, porra nenhuma. Agora, a tal da Justiça vai falar e naturalmente punir, no cumprimento da lei, entidades centenárias, voltadas unicamente para a prática do esporte, como Vasco da Gama e Atlético Paranaense e, por extensão, milhares de torcedores que nessas horas, apenas correm apavorados buscando lugares mais seguros para suas mulheres, namoradas e filhos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">E aí, como quase sempre acontece nesse país, os inocentes vão pagar a conta pelos verdadeiros culpados. Triste país do mensalão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: O Globo</span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-71026500272441879332013-11-15T14:13:00.001-02:002013-11-15T17:57:45.689-02:00É pizza ou não é?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhqy2M3h6XohbRSR7BPwP1-leb-SikvKutj0M9Za35tm79q-2v4Mc_60Vxvtrg5gyFCchCGLImkpxtqRKgQVVs5VKsOjsOlo-6_qUR5afWX5fk_TieAqeH2g0IdxRQ3vxaoh1O9dkzNg7/s1600/pizza.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhqy2M3h6XohbRSR7BPwP1-leb-SikvKutj0M9Za35tm79q-2v4Mc_60Vxvtrg5gyFCchCGLImkpxtqRKgQVVs5VKsOjsOlo-6_qUR5afWX5fk_TieAqeH2g0IdxRQ3vxaoh1O9dkzNg7/s200/pizza.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tudo bem que não foi nenhuma pizza gigante, sabor Brasília, com borda de Catupiry e refrigerante 2 litros grátis. Mas que foi bem mais que uma simples brotinho de mozzarella,</span><br />
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">lá isso foi!</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">José Dirceu condenado a apenas 11 anos de cadeia e uma multinha de R$ 700 milhas pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa é pouco. Muito pouco!</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">José Genuíno condenado a sete anos em regime semiaberto pelos mesmos crimes é pouco, muito pouco! E então, isso é pizza</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">ou não é?</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E tem mais, pelas leis brasileiras, Zé Dirceu terá que cumprir pena em regime fechado por haver sido condenado a mais de oito anos de cadeia. MAS... poderá mudar de regime após um ano e nove meses, quando progredirá para o regime semiaberto e, SE NÃO HOUVER VAGA NO SEMIABERTO, ele poderá ir direto para o regime aberto. Quem quer pegar uma aposta comigo que não haverá vaga no semiaberto em setembro de 2015? Tô pegando qualquer aposta e de qualquer valor, até mãe tá valendo!</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Será que agora que saiu a sentença do Mensalão, aquele bando de oportunistas de Brasília vai aproveitar a deixa e botar o Genuíno e o Cunha pra correr da Comissão de Justiça ou vai continuar achincalhando o povo brasileiro?</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Brasília é assim: um Brasil diferente do nosso. Lá as leis são outras, onde as “entrelinhas” têm muito mais importância que as “letras da lei”. Onde quem indica é, em princípio, inocente. Adoraria ver “embargos infringentes” ter validade no julgamento de pais de família que, no desespero, roubam um pacote de arroz no supermercado para alimentar os filhos famintos deixados em suas casas de “pau-a-pique”.</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No início do julgamento do Mensalão, eu disse que tudo terminaria em pizza. Alguns amigos correram a me contradizer, na base do “agora vai!” Vai porra nenhuma! Isso é Brasil minha gente! Ou melhor, isso é Brasília!</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dos oito ministros indicados por Lula, seis ainda compõem os quadros do STF e dois outros foram indicados pela Dilma. Ou seja, dos atuais onze ministros, apenas três não têm alguma ligação ou comprometimento formal (ou moral) com o PT. O Mensalão foi um crime cometido em favor de interesses do PT, logo... dois mais dois sempre resultará quatro.</span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E quer saber por quê disse com tanta segurança que tudo terminaria em pizza? Por uma razãozinha muito simples: os tais interesses do PT diziam respeito à manutenção (e à facilitação) do Lula no Poder e o ex-presidente jamais foi citado por quem quer que seja! Ora, num partido que até pra comprar papel higiênico pra sede precisavam reunir as tais “plenárias” e “ouvir as bases”, deixaram o líder maior do partido de fora? Ora, façam-me um favor!</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
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</div>
</div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-33459419662506573582013-11-06T18:56:00.000-02:002013-11-06T19:01:42.335-02:00Papo de botequim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi74PbBIlHywOpUI7Pi6zKfKkK0R6duZhL9dKzMiqB97nUmH7HEbqrzn2RzugrOGx3smQPSzgcx3aO3ADIUPHnR8Ib7jknDIO-N_pPgldwOUirJj2FcdjcIy0O6BTfFURvjoH9U1OVqyIt6/s1600/Jobi-11-1024x768.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi74PbBIlHywOpUI7Pi6zKfKkK0R6duZhL9dKzMiqB97nUmH7HEbqrzn2RzugrOGx3smQPSzgcx3aO3ADIUPHnR8Ib7jknDIO-N_pPgldwOUirJj2FcdjcIy0O6BTfFURvjoH9U1OVqyIt6/s200/Jobi-11-1024x768.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Encontrar um bar nessas terras catarinenses, como aqueles meus do Rio, com mesinhas na calçada, chope gelado, conversa fiada e sem ambientalistas xiitas reclamando do meu cigarro já parecia uma missão difícil nesses meus primeiros quatro anos por aqui, mas encontrar um bar sem sertanejo universitário, pagode paulistano e funk, para um amante de Jazz, Blues e MPB foi como conseguir um visto no passaporte para o céu.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- Posso fumar aqui fora? Se o senhor sentar bem lá na ponta, acho que ninguém reclama – sentenciou o garçom. Perfeito! E mergulhado no chope com batatas fritas e ideias para um próximo livro, entreguei-me ao merecido ócio daquela manhã de sábado. Ninguém para jogar conversa fora, é verdade, mas uma boa solução para um carioca.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas o que parecia ser meu momento nirvana foi abruptamente violentado por um som estridente que partia de um Chevette bege, rebaixado, do qual emergiu um ser meio alienígena, meio símio humanizado, que parou bem em frente à minha mesa e acreditando que todos no quarteirão esperavam pela sua “boa música”, estuprou-nos os tímpanos com um maldito funk que, como lavas incandescentes, eram vomitadas de uma muralha de alto-falantes que, muito possivelmente, custavam mais que aquele arremedo de automóvel.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com ares de quem buscava cumplicidade, cumprimentou-me e sentando-se na mesa ao lado disparou: - Incomoda? </span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- Depende! – sentenciei.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- Depende do que? Inquiriu-me com um patético ar que ficava a meio caminho entre a surpresa e o aborrecimento.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- Deixa pra lá... – respondi, evasivo.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com um clima pesado às costas, me dei conta que meu “depende” lançou um silêncio abissal entre mim e a bermuda “cofrinho” recém chegada.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abandonava as anotações do próximo livro e começava uma contagem regressiva para dar o fora do bar tão tardiamente descoberto, quando fui uma vez mais instado: - Tio, você concorda que funk também é cultura?</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- ???</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- É sim tio, Cultura popular!</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Vendo que não conseguiria fugir daquele papo abstrato por muito tempo, arrisquei uma resposta propositalmente pernóstica, enquanto aquela voz feminina, atordoante e esganiçada proclamava suas habilidades sexuais com os homens <i>(...Vô fazer oitinho bem no meio do salão, vô deixa você doidinho e não vô ti dá meu rabo não...)</i></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">- Bem, entendo que Cultura, do latim <i>colere</i>, que significa cultivar é, desde o século XVIII, associada à civilização por se confundir com desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos. Já a cultura popular nasceu da adaptação do homem ao ambiente onde vive e abrange inúmeras áreas de conhecimento, e sei ainda que os itens culturais que requerem grande experiência, treino ou reflexão para serem apreciados, dificilmente se tornam itens da cultura popular.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- ??? Pô, tio, pegou pesado. </span><i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Num intendi nada...</i></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tentei outro caminho: - Já ouviu falar de Miles Davis, Otis Redding, Buddy Guy ou Moacir Santos?</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- Tá me sacaneando, tio?</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- Não! Apenas tentando responder o que entendo por Cultura. - Seguinte – continuei, enquanto pedia a prematura conta ao garçom – entendo funk como cultura da mesma forma que entendo como cultura popular o voto num rinoceronte para deputado estadual ou num jogador de futebol sem expressão política para federal. Funk é tão cultural quanto jogar latinha de cerveja pela janela do ônibus, Black Bloks em passeata de professores ou tirar rasante em poças d’água pra jogar lama em trabalhadores num ponto de ônibus.</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- ?</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">- Desculpe, parceirinho, o papo tá bom mas deu minha hora. Valeu? Outro dia a gente continua esse papo de cultura popular. Mas, aí vamos falar de Mangueira, Paulinho da Viola, Heitor dos Prazeres, Zé Ramalho, Cora Coralina. Ou até mesmo da origem histórica da bunda como preferência nacional, e aí você paga o chope que eu deixei de tomar hoje. Valeu?</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fui!</span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-84261174863161682012013-09-28T13:50:00.000-03:002013-11-06T19:05:45.220-02:00Benefício concedido<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyuaakcs78xsqCZ7a3vqla48Itx8Zpqqwro6OynCCTgla8tyVvHPfvzAAznwytdsAdXEIHKgRI37Mh-vMm2QYBrRJSK-p2NrgTUAduDjxj1qIYnHXFEJ2XP-52C03AfCT1c4q3akBIBlnY/s1600/inssLOGO.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyuaakcs78xsqCZ7a3vqla48Itx8Zpqqwro6OynCCTgla8tyVvHPfvzAAznwytdsAdXEIHKgRI37Mh-vMm2QYBrRJSK-p2NrgTUAduDjxj1qIYnHXFEJ2XP-52C03AfCT1c4q3akBIBlnY/s200/inssLOGO.png" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sei que não sou muito diferente da maioria dos brasileiros, ou seja,
deixo tudo pra última hora: a declaração do imposto de renda, a compra da carne
na manhã do dia do churrasco, acordar às dez da matina, em plena alta temporada
e reclamar quando não encontro espaço na praia. E não haveria de ser diferente
com o pedido de aposentadoria. Nem sabia onde procurar os documentos
necessários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Após a enésima mudança de regra do jogo (e uns bons puxões de orelha da
mulher amada) consegui, finalmente, encurralar o governo e conquistei o direito
à tão sonhada aposentadoria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É bem verdade que mesmo havendo sido dirigente de uma das mais poderosas
multinacionais do mundo, diretor da maior financeira independente do país, dono
de algumas empresas e até secretário municipal, só me restava a alternativa da
aposentadoria por idade, já que tive que me submeter a alguns subempregos, sem
contribuir para o INSS, pra não deixar a família morrer de fome.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tudo bem! Completei os tais 65 e dei entrada no meu pedido de
aposentadoria dois dias depois. Dois dias depois... E é claro que faltavam os
malditos comprovantes!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Engraçado... O dinheiro é seu, você é você (sem nenhuma sombra de
dúvidas), todas as suas contribuições foram (ou deveriam ter sido) devidamente
registradas, mas você tem que comprovar tudo, senão...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Fila, senha, espera e lá está você sentado como um reles pedinte diante
do atencioso funcionário que demonstra passo a passo como você fez tudo errado
na vida e após umas duas horas de INSS, sem direito nem a um cigarrinho, sai o
resultado: seu processo é registrado, mas “com exigências”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Você corre, fala com um, com outro e só consegue comprovar uma das duas
exigências, amparado na reprodução da folha do Diário Oficial. A outra,
esquece. A prefeitura para qual você trabalhou está nas mãos do partido
adversário e você precisa viajar 1.800 km (hoje moro num outro estado), dar
entrada num processo, pagar uma taxa e aguardar pelo menos três meses para obter
uma resposta que, curiosamente, está disponível em qualquer computador da
secretaria de Administração. E todo esse esforço só para aumentar alguns pilas
na sua aposentadoria. Esquece!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Apresento os documentos uns poucos dias depois e ouço da atendente: “É,
acho que eles aceitarão a folha do DO...” Putz! Nem funcionário público está
acreditando no DO! (?)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E vem a espera... um mês, dois... e nada!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A consulta no próprio órgão não funciona: preciso tentar o 135. O 135 me
manda de volta pro órgão. O órgão diz que não há registros mas que o benefício
já deveria ter sido concedido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Peraí! BENEFÍCIO? CONCEDIDO? Ou esses caras não sabem falar português ou
estão de sacanagem comigo! Até onde o Aurélio ou o Michaelis me amparam,
benefício é<i> favor, graça, serviço gratuito</i> e conceder é <i>dar, outorgar,
facultar, permitir</i> e eu não estou precisando de graça ou favor porra nenhuma!
Estou apenas tentando receber de volta uma grana preta que fui forçado a
entregar ao governo durante quase quarenta anos e que me foi prometido, seria
devolvido quando eu parasse de trabalhar, coisa que ninguém consegue num país
injusto como o nosso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Se somarmos todo dinheiro que entreguei compulsoriamente a esse bando de
incompetentes para “tomar conta”, deveria estar milionário agora. Benefício é o
cacete!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas, nessa <i>terra brasilis</i> onde um partido, dito dos trabalhadores, trata
trabalhador e bosta da mesma maneira, um número de telefone (135) que não
informa nada com coisa nenhuma e ainda recebe o nome de Portal do Cidadão, tudo
pode acontecer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; line-height: 107%;">Mas, registre-se: Benefício
é o cacete! Só quero minha grana de volta!</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="line-height: 107%;"><i>Anderson Fabiano</i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 13.5pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 13.5pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p></o:p></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-85828234181350820272013-01-08T12:10:00.000-02:002013-01-08T12:10:26.838-02:00Curtir<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvra4IbazpQraczbQIaOBtbbb4eSyANXGqtPHE4S3dKKWMUrC73zVcNbMSyaAmgz3eebmX0LR3SS8V30Cs9wE2WuMYQTZep-5jFxmIrMHnpFndJUNHrFdGvgMqRFJpcSCj8qkG-a_Hwj90/s1600/curtir.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="126" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvra4IbazpQraczbQIaOBtbbb4eSyANXGqtPHE4S3dKKWMUrC73zVcNbMSyaAmgz3eebmX0LR3SS8V30Cs9wE2WuMYQTZep-5jFxmIrMHnpFndJUNHrFdGvgMqRFJpcSCj8qkG-a_Hwj90/s200/curtir.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Primeiro, foram os diplomas: todo mundo dizia que eu tinha que “ser dotô”, que sem diplomas não seria ninguém na vida. Hoje, tenho tantos diplomas que poderia acarpetar as paredes do meu escritório. Tenho até diploma de bordado em ponto de cruz.</span><div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Depois foi o inglês: “sem inglês ninguém chega a lugar algum”. E lá fui eu deixar meu rico francês de lado para aprender a língua dos louros meninos do norte. Quando pensei que estava pronto para ser sucesso, surgiu a informática: “sem um sólido conhecimento de computadores o homem nem se mexe mais”. Bem, se trocar datilografia por digitação e saber salvar um arquivo é “sólido conhecimento”, estou salvo. O resto é CtrlC, CtrlV!</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Aí, já resignado com minha condição de sub cidadão, já que sou fumante e o mundo pertence apenas aos xiitas ecológicos não fumantes, me aparece um tal de Facebook. Ou, simplesmente Face, para os íntimos. Deus de Israel, o que é isso?</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Facebook é uma poderosa ferramenta moderna que o secretário de Estado, Leon Panetta, ex-diretor da CIA, reputa como um dos mais eficientes instrumentos para localizar pessoas. Mas não sou nem besta de querer entrar no mérito dessa questão, pois com toda certeza, a esmagadora (ou seria esmagada) maioria dos usuários do Face não faz a menor ideia de para que serve a linha do tempo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Pois bem, aqui estou eu, perseguindo o sucesso, cadastrado no Face, livre do ostracismo e com quase 400 amigos. 400 AMIGOS!? Putz, ninguém na face da terra tem 400 amigos!</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O Face me abriu as portas de um novo mundo de conhecimentos. Hoje sei, por exemplo, que o sucesso de um homem se mede pelo número de “curtir” e “compartilhar” em suas postagens. Fantástico! E “curtir”, para quem não sabe, é a coisa mais preguiçosa, cínica e hipócrita que poderia existir. Seguinte: como no Face o que vale é ter uma porrada de amigos e ninguém tem tempo de escrever coisas sinceras para todos, basta esperar que o cara poste alguma coisa e quando você receber o aviso, vai na página do seu “amigo” e aperta a tecla “curtir”. Pronto! Garantiu a sobrevivência de uma amizade.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Bacana, né? Na prática, o “curtir” funciona assim: se você está próximo dos “amigos”, comemorando, brincando, se divertindo junto, eles vêm na sua página e deixam um comentário. Caso contrário você cai na categoria “quem não é visto não é lembrado” e ganha apenas um “curtir”. Mas, puxa, se você precisa ser visto para ser lembrado, você é literalmente um ninguém!</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sei não, acho que vou sair do Face e continuar curtindo o velho, sincero e confiável modelito de amizade.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br /></i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-10103640775696420642012-12-21T11:51:00.000-02:002012-12-21T14:39:50.216-02:00Morri!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHH8JoH9U7d84Tc8FjDl8ikt4L16yGlGcf6dJ49PGs7KFj5VCfyH9v7Yg1cU36m1gLxDaVZevyZvjvq6-L59-gIQl7oOBqTDyG2XFBKtEm-t0enL36PKVpnLFbrUoV7qjRl0u-A2HaD3uM/s1600/calendario-maya.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="148" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHH8JoH9U7d84Tc8FjDl8ikt4L16yGlGcf6dJ49PGs7KFj5VCfyH9v7Yg1cU36m1gLxDaVZevyZvjvq6-L59-gIQl7oOBqTDyG2XFBKtEm-t0enL36PKVpnLFbrUoV7qjRl0u-A2HaD3uM/s200/calendario-maya.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">Confesso não entender quase nada
sobre esse negócio de morrer. Até porque, graças ao providencial “Véu do
esquecimento” não tenho nenhum registro confiável das minhas vidas pregressas e
muito menos de como elas terminaram. Mas, considerando-se o que pude perceber
até agora morrer não é muito diferente da realidade.</span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Despertei hoje, dia do fim do mundo segundo o calendário maia, com a
nítida sensação de que as coisas estavam como sempre estiveram: saudei minha
mulher com a mesma alegria, o mesmo beijo e o mesmo prazer de todas as manhãs, lavei
o rosto, tomei café e fui pra varanda, onde sempre fumava a meu primeiro cigarro,
deliciando-me com os pássaros que disputavam as frutas do comedouro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">As montanhas, casas e matas estavam todas no mesmo lugar. Até os ruídos
eram iguais. Inclusive, o daquele Fiatzinho Uno, caindo aos pedaços, que
passava por aqui com um funk pra lá de berrado: “Será que nem depois de morto
essa anta vai parar de ouvir esse troço?”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Então, se morrer é isso, devo admitir que estou gostando. E digo mais:
é bem diferente daquele horror que os apologistas do caos ensinaram nas Santas
Escrituras: “Os vivos invejarão os mortos!”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Como fui dormir dopado acabei não percebendo se o mundo acabou por
conta da colisão de um mega meteoro ou se o super vulcão das Ilhas Canárias
mandou tudo pro espaço e o tal tsunami chegou às costas brasileiras com ondas
de mais de cem metros de altura, como previu o Discovery. Seja como for, morri
tendo bons sonhos e acordei com a nítida sensação de estar vivo. Aliás, por
falar em dopado, não sei se devo ir à sessão de radioterapia de hoje à tarde...
até porque se estou morto isso não vai fazer muita diferença.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Sei não, mas, pelo que pude ver até agora, das duas uma: ou morrer com
o fim do mundo é uma coisa muito mais agradável do que nos ensinou a Igreja
Católica ou os maias, quando faziam seu famoso calendário ficaram sem giz justo
no dia 21 de dezembro de 2012.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><i>Anderson Fabiano</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-88641728150278621322012-11-24T14:43:00.001-02:002012-11-24T14:46:21.995-02:00Capítulo IX – O culto à violência<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhydQl2tpmqTpuFFclEnYZXJDD3aeoqy3PkabjHupSbmBkJp81nCUEI8J3NgWpTTQ4_7m8PPCMq7ACLSS0rPYpuEmy3Yj_9VOglrgqjLDUOFzu7KTS1hRO9Fz2iyO3HQzDnYvjC8KU6M46m/s1600/Bin+Laden+n%C3%A3o+morreu+_Pra+e-mail.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhydQl2tpmqTpuFFclEnYZXJDD3aeoqy3PkabjHupSbmBkJp81nCUEI8J3NgWpTTQ4_7m8PPCMq7ACLSS0rPYpuEmy3Yj_9VOglrgqjLDUOFzu7KTS1hRO9Fz2iyO3HQzDnYvjC8KU6M46m/s320/Bin+Laden+n%C3%A3o+morreu+_Pra+e-mail.jpg" width="220" /></a></div>
<span style="text-align: justify;">A História dos EUA não difere muito de tantas outras, onde o sangue foi a tinta com a qual se imprimiram as páginas que contam os primeiros tempos, as conquistas e a ocupação de um território, até então virgem: as carnificinas covardemente perpetradas contra as nações indígenas, os acordos celebrados com os “selvagens” e não cumpridos pelos “homens brancos”, os duelos dos cowboys, o roubo de terras mexicanas. Entretanto, essas cores parecem colorir as bravatas ianques até os dias de hoje: os assassinatos cometidos impunemente pelos membros da Ku Klux Kan, as gangues de motociclistas, o gosto pela guerra e até as inocentes (?) corridas em circuitos ovais da NASCAR e Fórmula Indy, onde o público aguarda ansioso por colisões espetaculares. Tudo leva a alguma forma de se praticar e apreciar a violência.</span><br />
<br />
Assim, quando se pensa que a antiga proposta da Operação Nothwoods, de 1962, pode haver sido praticada agora, arremetendo dois aviões comerciais teleguiados contra as torres do WTC, não é tão fácil descartar essa absurda possibilidade. Os Estados Unidos construíram essa imagem ao longo da História. Eles possuem tecnologia e desprezo pela vida alheia suficientes para cometer tamanha atrocidade.<br />
<br />
O próprio Bin Laden pode haver sido vítima da descartabilidade com que os EUA enxergam seus parceiros. Se efetivamente morto em 1º de maio de 2011, o foi por falta de serventia. Ou porque era chegada a hora de “sair de cena”.<br />
<br />
Afinal, o velho parceiro de Bush na Arbusto Petroleum, o ex-parceiro da CIA na preparação dos mujadihin na Guerra do Afeganistão, o ex-parceiro das Forças da OTAN (e do próprio EUA) na Bósnia, foi escalado como o inimigo externo, responsabilizado pelo atentado contra as Torres Gêmeas, e após ser caçado por dez longos anos, morto numa ruazinha do Paquistão. Ou apenas, “mandado para casa com um agradecimento de bons serviços prestados”. E isso, para o governo norte-americano, não seria novidade. Acabara de fazer o mesmo com Saddam Hussein, parceiro na guerra contra o Irã, mas um verdadeiro anti-Cristo quando seu prestígio político começou a ameaçar aos interesses geopolíticos americanos no Oriente Médio.<br />
<br />
Mas Bin Laden pode haver sido sim esse terrorista inclemente, cruel e desumano que provocou tanta dor e prejuízos financeiros aos EUA. E, nesse caso, sua ideologia anti-americanista alcançou os resultados pretendidos.<br />
<br />
O professor Noam Chomsky apresentou com rara maestria sua tese sobre aqueles fatos de setembro de 2001, no seu consagrado livro “9-11: Was There an Alternative?” (11 de setembro: Havia uma alternativa?).<br />
<br />
O autor demonstra que são dois os “11 de setembro” e não apenas um: o de 1973 e o de 2001.<br />
<br />
O primeiro, “quando os Estados Unidos culminaram com sucesso os seus esforços para derrubar o governo democrático de Salvador Allende, no Chile, com um golpe militar que levou ao poder o regime brutal do general Pinochet”.<br />
<br />
Naquela época, a retórica da administração Nixon, era matar o “vírus” e aplicar uma política intolerável de desenvolvimento dependente dos EUA.<br />
<br />
O primeiro 11/9, ao contrário do segundo, não mudou o mundo. Não era “nada com grandes consequências”, como garantiu Henry Kissinger ao seu chefe poucos dias depois.<br />
<br />
<i><b>Continua na página 177 do livro "Bin Laden não morreu!"</b></i><br />
<br />
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<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-10571410822666602782012-06-15T10:52:00.023-03:002012-06-15T11:48:31.426-03:00Um 12 de junho pra ninguém esquecer<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxs_8lieic2tiIrFdnS42IJBEjZxTiz6_OgbExMoKCrNLRwiw7FBAgpRycjA5Aupiv9puJY3V7fh4a55AZewHJ1OybwWywXKbzzAlUhatCzTbFrXZLrZEQcu1B_2scSkaXYdz90KIdaQcw/s1600/Um+12+de+junho....jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxs_8lieic2tiIrFdnS42IJBEjZxTiz6_OgbExMoKCrNLRwiw7FBAgpRycjA5Aupiv9puJY3V7fh4a55AZewHJ1OybwWywXKbzzAlUhatCzTbFrXZLrZEQcu1B_2scSkaXYdz90KIdaQcw/s200/Um+12+de+junho....jpg" width="200" /></a></div><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">12</span> de junho. Dia dos Namorados. Um jantarzinho romântico, à luz de velas, até que cairia bem.<br />
<div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Foi assim que um amigo querido resolveu comemorar a data com sua mulher. Ao invés de presentes trocados, se dariam alguns dias de merecido descanso, após três anos sem férias. E o ponto alto das comemorações seria o tal jantar.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Escolheram uma cidadezinha no litoral sul do país, reservaram um bangalô bem gostoso e entregaram-se ao merecido ócio que só é possível fora de temporada: peixinho à beira mar com espaço e sossego de sobra, fotos de todo jeito, café da manhã na varandinha, passeios que só se fazem nesse tipo de viagem e namoro, muito namoro. Tudo fora de hora e com a dose ideal de romantismo e preguiça. Afinal, estavam de férias.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Por não conheceram o local, pediram sugestões à recepcionista do hotel e souberam então, que um bistrô pra lá de charmoso estaria promovendo um jantar especial para os apaixonados de plantão. Exótico e afrodisíaco, com reservas e tudo, mesmo fora de temporada.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Combinaram sair por volta das nove e, na hora marcada, sua mulher estava lá, linda como uma atriz de Hollywood, enfiada num conjuntinho em tons de creme, cabelinho preso, uma graça.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Achar o tal endereço foi meio complicado. Era um tal de entra aqui, vira ali, que só a boa sinalização (e o gps) permitiu encontrar. E, na chegada ao estacionamento, uma primeira surpresa: o bistrô escondia-se numa ruazinha pra lá de estreita, escura, cercada de mato que roçava as janelas do carro. Umas luzinhas que lembravam o Natal identificavam timidamente o local. Entraram, desceram do carro com cara de ué e viram uma placa dizendo: "Deixe o carro aqui e siga a pé". (!?) Tudo bem.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Uns cinco ou dez metros, andando pela rua de areia e desafiando o equilíbrio dos saltos de sua mulher, outras lampadinhas natalinas identificavam a entrada. Uau! Tudo de bom! Ambiente gostoso, meio rústico, meio modernoso e muito exótico. Uns poucos casais espalhados pelo ambiente e uma gentil recepcionista (ou seria a maître?) dispara: “Boa noite. Fizeram reservas?”</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">A audácia de não fazer reservas deixou-lhes duas opções de mesa: uma dentro do ambiente, na passagem entre a cozinha e o salão e a outra, na parte externa, na noite fria de junho, junto à lagoa. Dos males, o menor. Optaram pela interna.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Acomodados, receberam as dicas da maître: “de entrada, temos umas tiras finas de salmão com brotos de eucalipto; como prato principal, camarão ao cacau, batatas recheadas com brie; acompanha arroz de pimenta, abacaxi e champanhe e, de sobremesa, maçãs recheadas com morango e mel”. Bem, como diz o ditado: “quem entra no fogo é pra se queimar”. Toparam. Meu amigo pediu um “Gewürztraminer” e uma água sem gás. E essas foram as últimas coisas “normais” daquela noite especial.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Meu amigo confidenciou que deveria ter ouvido suas intuições e dado o fora dali tão logo identificou o sotaque argentino da maître. Afinal, essa bronca com “los hermanos” vem de bem antes das disputas futebolísticas. É coisa que remonta ao tempo de Juan de las Heras e a Guerra Cisplatina. Ficaram.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">De cara, uma cortesia da “chef”: uma espécie de sopa com gengibre, shoyu e pimenta, servida numas canequinhas de barro, remeteu sua mulher às canecas de “brodo” de sua infância e a proximidade de uma ânsia quase estraga tudo. Veio a entrada e descobriram que “finas tiras de salmão” eram, na verdade, um sashimi de salmão, coisa que a homenageada não engole nem com reza braba. Mas, “noblesse oblige”.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Resolveram fumar um cigarro no deck e relaxar da “surpresa” da entrada, enquanto esperavam o prato principal. E noites especiais pedem fotos, certo? Mas, carregar a bateria da máquina é sempre uma providência sensata, certo? Voltaram para o hotel sem fotos.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Chegou o prato principal! Outra surpresa. Camarões escafandristas, mergulhados numa calda de chocolate onde nem se podia curtir os camarões, nem o chocolate. Ou distinguir o sabor de uma coisa e outra. Um fiasco! O jeito foi fazer cara de contente, cair de boca no vinho, abreviar o “doce petisco”, pedir a conta e sumir dali.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Algumas centenas de reais mais pobres, com fome e sem saber quem devia explicações a quem, voltaram para o hotel.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Mas a noite ainda não havia acabado. Meu amigo, ultimamente, vem brigando com uma desagradabilíssima intolerância ao álcool, e tão logo o sacolejo da estradinha de chão começou, uma terrível enxaqueca roubou a cena. Aos frangalhos, decepcionado, impotente, inútil mesmo para as coisas do amor, chegou ao bangalô implorando aos céus por um potente analgésico, um colo cúmplice, silêncio, ausência total de movimentos e o mais negro dos escuros. Definitivamente, “game over”!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Na manhã seguinte, com cara de cachorros caídos de um caminhão de mudanças, combinaram: a partir daquele dia, o Dia dos Namorados seria comemorado no dias 13 de junho. E de exótico, apenas um filé com fritas num barzinho bem xulé, sem bebidas alcoólicas. E o toque afrodisíaco, deixado por conta de um bom DVD pornô. Sem sotaque argentino.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><i>Anderson Fabiano</i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Acervo do autor</span></div>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-78440233512883175042012-05-18T10:58:00.004-03:002012-05-18T11:04:31.665-03:00Comissão Nacional da Verdade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCAvkeN7qH2DONFdGeLutypyu9hTGZ6_6GxbWtO7LpUKoST3YOUhF8Zi3eIQocdCJZ428ETPPZ4IFuAT_JUKgSX_zYP5G8HlxeythAaBS8F-aBTGLas7b7bSGvcT4D58W6YbbG7F16EpjG/s1600/Comiss%25C3%25A3o+Nacional+da+Verdade+-+Anderson+Fabiano.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCAvkeN7qH2DONFdGeLutypyu9hTGZ6_6GxbWtO7LpUKoST3YOUhF8Zi3eIQocdCJZ428ETPPZ4IFuAT_JUKgSX_zYP5G8HlxeythAaBS8F-aBTGLas7b7bSGvcT4D58W6YbbG7F16EpjG/s200/Comiss%25C3%25A3o+Nacional+da+Verdade+-+Anderson+Fabiano.jpg" width="200" /></a></div><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Escrevi há uns anos atrás, que o Brasil era o país do talvez. Talvez isso, talvez aquilo. E sempre me martelou a cabeça (e a alma) aquela frase, erroneamente atribuída ao De Gaulle, no episódio da Guerra das Lagostas: O Brasil não é um país sério. Pois bem, abro o jornal na quarta-feira e leio, em júbilo, que o nosso governo criou a Comissão Nacional da Verdade e pensei: Pronto! Não seremos mais o país do talvez. Seremos, finalmente, o país da Mentira ou da Verdade. E isso é bem melhor, afinal, mais vale a certeza do não que a incerteza do sim.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mergulho na notícia e fico sabendo que serão investigadas todas as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. Inclusive as dos Anos 60?! Maravilha! Valeu a pena esperar!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mas minha precipitada euforia sofre as inevitáveis decepções: a Comissão tem direito de convocar vitimas e acusados, mas “os convocados podem se recusar a prestar depoimentos”... Após dois anos, a Comissão se obriga a publicar um relatório, mas “os resultados poderão ser de conhecimento público ou enviados apenas para o presidente ou ministro da Defesa”. (gulp!) E a melhor de todas as pérolas: a Comissão da Verdade “não terá poder de punir ou recomendar que acusados de violar direitos humanos sejam punidos”. Ué!? Então ela vai fazer exatamente o quê?</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">De imediato, minhas costas ardem na lembrança das borrachadas, meu rosto ferve ao som dos tapas e socos e tudo por que era contra o acordo MEC-USAID, a americanização de nossa cultura e pedia uma solução para o problema dos excedentes... Sinto gosto de sangue na boca.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Senhores membros da Comissão, o país só aguarda duas respostas: Onde estão os nossos filhos e irmãos e quem deu sumiço neles. Pois, não existem “desaparecidos”. Até onde se saiba, o Brasil nunca foi atacado por esquadrilhas de UFOs. Logo, ninguém foi abduzido. Se não podem responder a essas perguntas, perdoem esse velho criador de caso, mas voltem logo pra casa, pois essa comissão não passa de uma palhaçada!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Então, ninguém vai pedir desculpas a um pai e confessar, humildemente, que o corpo de seu filho está eternizado num dos pilares da ponte Rio-Niterói? Ou, que alguns peixes fisgados por aí se alimentaram de seus restos, lançados de um helicóptero ou navio? Ninguém será responsabilizado pelo estupro de sua filha? Ou pela bomba da ABI, ou da OAB? Ou pelo menos, pela queda do avião do Castelo Branco ou pelo “enforcamento” do Vlado?</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">...</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não vou esperar dois anos, vou ligar agora mesmo para a pizzaria. Mas, vou pedir uma de Talvez, por que a de Verdade, já sei, anda em falta.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-43293348483921735332012-04-25T11:46:00.000-03:002012-04-30T13:01:46.935-03:00Num certo bar do Leblon<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1F1MQAKWABPO0SUNpVCSPaf0WwVgXo0o4TuZHGviRZ4ZkzFkMMYt8GDoF3CsXqy8g6TanQl4wZ7XF2xDDbVlmpx33NMqxeGc-NsuUBOl-jxNlwZtHjIWAUiSsk8-dnephyxZG2aorO-Ha/s1600/27941_1421103897636_1533858614_31070998_6646434_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1F1MQAKWABPO0SUNpVCSPaf0WwVgXo0o4TuZHGviRZ4ZkzFkMMYt8GDoF3CsXqy8g6TanQl4wZ7XF2xDDbVlmpx33NMqxeGc-NsuUBOl-jxNlwZtHjIWAUiSsk8-dnephyxZG2aorO-Ha/s200/27941_1421103897636_1533858614_31070998_6646434_n.jpg" width="152" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>- Então, vamos de chope? ... Dois? Tudo bem... Tira-gosto? Escolhe aí...</i></span><br />
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br /></i></span></div>
<div>
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>- Garçom, dois chopes, por favor, e umas isquinhas de peixe, com molho de mostarda! Pode ser? Obrigado.</i></span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">...</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sabe filha, quanto mais esse tal de tempo me permite continuar por aqui, mais eu curto essa coisa mágica, instável, imprevisível, dinâmica e sem referências chamada vida. E, quer saber? Aquela história da “semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória” é a mais pura verdade. Ou, como dizia Caminha: Em se plantando tudo dá.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Você deu! Você se revelou uma excelente colheita.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Muita gente pensa que a velhice amolece as pessoas, mas não é verdade! A velhice nos dá a chance de deixar as fichas caírem, isso sim. Toda aquela arrogância, aquela fortaleza burra que ostentamos nas idades anteriores vão por terra e a gente, simplesmente, aprende a dizer “eu te amo”, sabendo o que está falando. Nesse sentido, ficar mais velho é um grande barato!</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Hoje, quando chamo você de “minha filha” não estou empregando um adjetivo (possessivo?) e um substantivo, mas dois adjetivos. É gratificante ver essa mulher que floresceu em você. Adoro isso! rsss E, então, todo um carinho emerge de mim e lhe envolve, como um abraço único e eterno. Reconhecido, agradecido e cúmplice.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">...</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Você fala do “lugar da gente”... Esses lugares podem estar onde menos esperamos. Por vezes, em pontos tão distantes da nossa realidade imediata que nem nos damos conta.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Você bem sabe o quanto gosto do meu Rio: meus filhos, meus pais e irmãos, minha história, minhas vitórias e derrotas... o Vasco, a Mangueira, as praias, o chope, a irresponsável superficialidade carioca, a irreverência que se transformou numa espécie de marca registrada desse seu pai... Mas, e daí? Não sou do Rio, sou do mundo. Sou um homem livre, consciente de meus limites, direitos e deveres. E, de quebra, falo um monte de idiomas, então, porque não Paris ou Madagascar? Ou Roma ou, simplesmente Blumenau?</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sabe, filhota, o sempre e o nunca não existem. São invenções do homem. E, para desespero dos pragmáticos, dos apologistas do caos e dos chatos de plantão o talvez é o mais sábio dos roteiros para a vida.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Assim, não tenha pressa, busque o seu lugar de coração aberto, deixe sua alma escolher. Mas, esteja atenta: um rio não passa duas vezes sob a mesma ponte. </span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>- Esse chope tá ótimo, né? Mais um?</i></span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>- Garçom, mais dois chopes, por favor! Ah! E um Steinhagen... nacional!</i></span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">...</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Você me falando da sua empresa e eu do meu novo livro... rsss Mas, quer saber? Passam pela mesma linha de pensamento. É o nosso lado cidadão falando...</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Essa coisa contemporânea, capitalista, estressante da busca permanente pelo lucro máximo é um engodo para os tolos. Ficamos tão obstinados na busca da melhor performance que esquecemos que as flores continuam nascendo, as pessoas que amamos envelhecem, que a busca da harmonia é que gera paz interior e que os beijos na boca continuam sendo os melhores prêmios.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tudo bem que “um amor e uma cabana” ficava bem no movimento hippie dos anos sessenta, mas pensando bem, pra que uma casa de três salas e seis quartos se podemos viver bastante bem num sala e três quartos. Não somos hotel nem pousada. E depois, dá um trabalho do cacete limpar uma casa muito grande... rsss</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O ensaio de que falei passa um pouco por isso. Discuto a importância da comunicação e o seu papel a serviço dos poderes constituídos. A relativização dos conceitos de verdade e mentira, a manipulação da opinião pública, a inesgotável sede de poder do “Senhor das Guerras”, a partir da análise de documentos existentes e que podem recontar histórias, como por exemplo, da queda das Torres gêmeas e a morte de bin Laden.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Papo de maluco, eu sei. Mas, algo que vai dar no que pensar. E, nem de longe, estou tentando criar mais uma nova Teoria Conspiratória. Tá tudo lá e só ler com mais atenção e não permitir que desviem nosso foco apenas para fazer de nossas empresas-patroas, a primeira colocada de seus rankings.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>- Vou pedir uma rodada e a conta. Tudo bem?</i></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Estaremos sempre aqui, filhota. Nesse bar ou aonde você precisar de seu Papy, amando você e com o coração sempre aberto.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">PS: O nome do cara era Jorginho Carvoeiro. (rsss) Bola dentro pro Marcio. Tudo a ver com alguém que se conhece num show de um ex-Pink Floyd.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Papy ama você!</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Anderson Fabiano</i></span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Acervo do autor</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
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</div>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-48709310290454432772012-04-04T14:08:00.044-03:002012-04-04T14:26:57.278-03:00Soltando os cachorros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrMhx6iRHPW8klWsEUONWhmhTNaNN5chPEcfC_toZ3JD5bSD7mkUgPdiksUqMRGszIgJaSnWUl3yJz11GgIUOfZtngYGFsNqSsKRYMm3LLgkenQrWsQsVufp1CKgoggAaYWlKlPJB8jttt/s1600/pastor_alemao_d2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrMhx6iRHPW8klWsEUONWhmhTNaNN5chPEcfC_toZ3JD5bSD7mkUgPdiksUqMRGszIgJaSnWUl3yJz11GgIUOfZtngYGFsNqSsKRYMm3LLgkenQrWsQsVufp1CKgoggAaYWlKlPJB8jttt/s200/pastor_alemao_d2.jpg" width="200" /></a></div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Que a classe política não quer porra nenhuma com a “Hora do Brasil”, a nação está sobeja e envergonhadamente cansada de saber. E, com os deputados, não é diferente. Eleitos para discutir projetos propostos pela União, criar ou alterar as leis existentes, além de fiscalizar todos os atos do poder Executivo, esse seleto (?) grupo de homens e mulheres é capaz de proezas inimagináveis pelo cidadão comum, tais como criar cuecas milionárias, anões que envergonhariam a mais profana e decadente Branca de Neve, ambulâncias fantasmas, pianistas e os até hoje mal explicados mensalões.</span><br />
<div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Pois bem, esses outrora nobres cidadãos recebem, mensalmente, a módica quantia de R$102,3 mil, para trabalharem (?) de terça à quinta-feira, já que as segundas e sextas são reservadas para “atendimento” aos eleitores de suas bases. E os sábados e domingos são destinados ao descanso, já que ninguém é de ferro.</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A bem da verdade, o salário mesmo é de apenas R$ 12,8 mil. Ou, se preferirem, vinte vezes e meia o salário mínimo. Mas, para pessoas tão bem intencionadas, patriotas de primeira hora e que abrem mão, por vezes, da própria vida para representar os interesses do povo brasileiro, ainda são pagos (muito justamente) verbas de gabinete, verbas indenizatórias, auxílio-moradia, auxílio-paletó, auxílio-camisinha, auxílio-botequim, selos, passagens aéreas, automóveis, etc., etc. e tal.</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Desnecessário dizer que há ainda uns poucos abnegados que circulam por Brasília carregando sobre os ombros o fardo de serem parlamentares, apenas para serem exceções à regra e, naturalmente, justificá-las. A esses poucos, o pedido formal de desculpas de toda a nação brasileira. Quanto aos outros, a sugestão de que permaneçam caladinhos, em suas ricas mansões, refletindo sobre um lembrete básico: como cidadãos, lhes demos o emprego e pagamos seus salários. Dessa forma, como legítimos patrões estamos, tão somente, exercendo nosso direito de reclamar dos funcionários relapsos ou ineptos.</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Pois bem, contenham o riso, pois o assunto é sério! (Sério!?) Na quarta-feira passada, 28 de março, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou um projeto (?) para discutir o destino dos cães após a separação ou divórcio de seus donos. (sic)</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Mas, para ser transformada em lei, a proposta ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça, por votação em plenário da Câmara e ainda, pelo Senado. Ah! Bom...</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O substitutivo propõe que um juiz decida a posse e guarda do animal “em razão do vínculo afetivo e das condições de oferecer cuidado ao animal”. Ah! Entendi...</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">E diz ainda, que “a escolha será feita após a Justiça observar o ambiente no qual o animal irá viver, a disponibilidade de tempo do dono, condições de trato, sustento, grau de afinidade e afetividade, etc. e tal”. Bem, se é assim...</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Em outras palavras: Senhores contribuintes, seus animais estarão, doravante, amparados por lei. Quanto a vocês, danem-se.</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O que não é novidade alguma, certo?</span><br />
<br />
<i style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Anderson Fabiano</i><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div></div>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-44184023838076391452011-09-27T11:22:00.004-03:002011-09-27T12:11:33.409-03:00Ronaldinho Gaúcho e Machado de Assis<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj09xnyxBtJl-6pxvc3NMLVfwpjpeB2PmjxBMQ2BoxoGlI7dN3X9XwLAIj1QAOBgojm_qz4PIcaWqPBTzY64ZWDcCjb27xfJRKxD_BQGsj3ErR2__Yxzy_QhmvMyf2N2Op50svj4AgdIfat/s1600/medalha.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" kca="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj09xnyxBtJl-6pxvc3NMLVfwpjpeB2PmjxBMQ2BoxoGlI7dN3X9XwLAIj1QAOBgojm_qz4PIcaWqPBTzY64ZWDcCjb27xfJRKxD_BQGsj3ErR2__Yxzy_QhmvMyf2N2Op50svj4AgdIfat/s320/medalha.jpg" width="155" /></a></div><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sei que parece título de tela de Salvador Dali, mas infelizmente (só soube agora) há uma ligação indelével entre esses dois. E que ligação!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, atualmente no Flamengo (time de futebol do Rio de Janeiro), recebeu, por ocasião do 110º aniversário de nascimento do escritor (e flamenguista histórico) José Lins do Rego, a mais importante comenda da Academia Brasileira de Letras – a Medalha Machado de Assis, uma espécie de Prêmio Nobel da Literatura Brasileira.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nada contra a pessoa Ronaldinho (a quem sequer conheço) ou mesmo ao atleta rubro-negro, pois nem minha condição de vascaíno me cega diante das óbvias habilidades do referido craque que, quando resolve jogar, inferniza as defesas adversárias. Mas, minhas versões escritor e editor estão uma arara!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A ABL não tinha o direito de esculhambar com a Cultura, nem com a Literatura Brasileira de forma tão vil, tão irresponsável, tão ultrajante. Não num país com tão pouco espaço para escritores, poetas, dramaturgos, roteiristas e afins. Um país onde a simples necessidade de se publicar um livro se transforma, diuturnamente, numa aventura quixotesca, numa insana peregrinação (de pires na mão) atrás de patrocinadores, aonde tantas boas ideias se vão, e de autores que se perdem no ostracismo ou são reduzidos a figuras boêmias, maltrapilhas, verdadeiros personagens dos becos escuros da vida.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não! Definitivamente, não! O homenageado nem livro preferido tem. Se é que já leu algum.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O <a href="http://www.youtube.com/watch?v=CnxUvts3PS8"><span style="color: #bf9000;">Luiz Carlos Prates</span></a> está perfeito em sua crônica. Pode ter lá seu jeito ácido de dizer as coisas, mas nem de longe perdeu o foco do absurdo cometido.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não discuto a preferência futebolística de José Lins do Rego, nem tão pouco a homenagem ao atleta, mas o abismo existente entre homenagem e homenageado. Afinal, que contribuição deu Ronaldinho Gaúcho à Cultura Brasileira? Saber jogar bola? Então Pelé, Garrincha, Zico e tantos outros já deveriam ter recebido a importante comenda. E com muito mais razões para tal. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Futebol é cultura? Bem, nesse caso, a ABL deveria transferir sua sede para as várzeas, para os campinhos poeirentos dos rincões, para as ruas sem saídas dos subúrbios brasileiros. Pois é lá, então, que vão encontrar os futuros acadêmicos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O pobre coitado do Machado deve estar dando cambalhotas no túmulo. E nem sei se o refinado escritor sabia jogar bola.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Quer saber? Fico por aqui antes que meu lado de menino peladeiro resolva liberar todos os palavrões que se usam durante uma partida de futebol. Cultura? Nem sei mais. O que sei é que já que a ABL resolveu achar que futebol é cultura vou usar uma linguagem que os acadêmicos, pelo visto, entendem bem: Bola fora!</span><br />
<br />
<em><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Anderson Fabiano</span></em><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-39202736639076683862011-09-11T20:06:00.003-03:002011-09-16T19:22:58.069-03:00Ressaca de pânico<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp5WEmAKE9avu0SNC2aPg666rwLNVY-gjxSWdF5Bvt15AarCjt6yW-0mGDAxEpZ0Kv3iyPjfkj45JfefEGgez7zOD2clQcmb2p1jIXmtY6KehfIzbmBTOi7vZRkHH3tsboqEuvLV6PViqG/s1600/Ressaca+de+p%25C3%25A2nico+yy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" nba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp5WEmAKE9avu0SNC2aPg666rwLNVY-gjxSWdF5Bvt15AarCjt6yW-0mGDAxEpZ0Kv3iyPjfkj45JfefEGgez7zOD2clQcmb2p1jIXmtY6KehfIzbmBTOi7vZRkHH3tsboqEuvLV6PViqG/s320/Ressaca+de+p%25C3%25A2nico+yy.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sempre entendi a reflexão como a melhor parceira para o silêncio.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nesses meus tempos de <em>neuer</em> blumenauense, aprendi a lidar com os ruídos germânicos dessa gente que me recebeu tão bem aqui, há dois anos. E, como tudo é Brasil, pude constatar que os sons urbanos são mais ou menos os mesmos, em todo lugar: as sextas têm som de happy-hour; sábados de baladas para os jovens e de talheres e copos para os mais crescidinhos; domingos têm som de gols para todo lado e as segundas não escapam: têm som de preguiça. Os outros dias apenas completam a semana. Menos a quinta-feira, 08 de setembro. Essa trouxe um som que tememos diuturnamente por aqui: o som de pânico.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><em> <strong>Boletim nº 177/11</strong> – Quinta-feira, 08 de setembro - 23:59h</em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><em> Nível do Rio Itajaí-Açú: 11,60m</em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><em> Previsão do nível: 13,00m às 6 da manhã, do dia 09/09.</em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A cidade mergulha no caos. Rostos expressam a dor e o medo. Gestos de solidariedade espocam aqui e ali. Notícias desencontradas. As principais vias são interditadas. Famílias fogem. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Um cãozinho é deixado para trás: era a netinha indefesa ou ele.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Blumenau mergulha, a contra gosto, num gigantesco silêncio... Um silêncio que me lembra um 2008 que não vivi, mas que meu amigos me ensinaram a respeitar.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O dia escorrega por entre as lembranças. Quero fazer alguma coisa, mas não sei o que fazer. Os telefonemas do Rio de Janeiro começam a chegar. Tenho que acalmar parentes e amigos distantes com uma calma que já não tenho.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O rio atinge 12,70m e as autoridades alertam que deve chegar a 14,00m. Nossos olhos falam tudo que nossas bocas se negam a pronunciar. A noite é de vigília.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia;"><em><strong> Boletim nº 178/11</strong> – Sexta-feira, 09 de setembro - 23:59h</em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia;"><em> Nível do Rio Itajaí-Açú: 11,70m</em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia;"><em> Previsão do nível: 11,49m às 7 da manhã, do dia 10/09.</em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A fúria dos céus parece domada pelos Deuses e a chuva nos dá uma trégua. O “velho” Itajaí-Açú desiste das janelas de nossas casas e contenta-se com nossos pátios e ruas. Dá-se por satisfeito com os lugares invadidos, o susto pregado e espalha o lixo e a lama que não costumamos deixar soltos por ai.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Agora é noite. Da minha privilegiada varanda agradeço pelas poucas goteiras domésticas que dão ritmo ao meu silêncio, à inevitável reflexão e me assumo um pouco mais blumenauense.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Hoje, os carros não passaram tocando músicas sertanejas ou funks, as pessoas deixaram as calçadas livres, os bares não tiveram happy hour, as baladas de amanhã estão canceladas, as luzes das casas estão apagadas. Hoje é dia de ressaca de pânico.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Blumenau, 09 de setembro de 2011</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia;"><em>Anderson Fabiano</em></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Helena Chiarello</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-90714795338936775122011-08-21T13:15:00.002-03:002011-08-21T13:18:21.545-03:00Sou carioca e, de quebra, filho de Oxossi<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQFygc1jmfi9usE4BjA5hdrV0a574M3N6iz0PXvYLdmaHXzJR12dF9NCcGAKwvD3Vc7eWhSBsf4RxgoUrJNzqOWxiGB23-q1581IVUdKz4qeoEuN2EtPOCMsioy3G7KZrUXBOGf3M-EaVJ/s1600/Sou+carioca...+Guido_Reni.gif" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" qaa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQFygc1jmfi9usE4BjA5hdrV0a574M3N6iz0PXvYLdmaHXzJR12dF9NCcGAKwvD3Vc7eWhSBsf4RxgoUrJNzqOWxiGB23-q1581IVUdKz4qeoEuN2EtPOCMsioy3G7KZrUXBOGf3M-EaVJ/s320/Sou+carioca...+Guido_Reni.gif" width="224" /></a></div><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nesses tempos de aniversário do Rio, me pego pensando nessa coisa de ser carioca e confesso, sinto lá uma pontinha de orgulho. É que muita gente pensa que carioca é quem nasce no Rio. Ledo engano! Quem nasce no Rio é fluminense. Quer dizer, nem todo mundo, porque eu, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e milhões de outros caras espertos, somos Vasco.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ser carioca não tem nada a ver com a nossa naturalidade e sim com o estado de espírito, com o tipo de alma que habita nossos surrados corpinhos e o nosso jeito de encarar a vida. Na verdade, todo mundo pode ser carioca já que carioca que se preza, tem que ser meio moleque, irreverente, sacana e, se possível assumir, ainda que em doses homeopáticas, seu lado cafajeste. Canalha jamais! Mas, cafajeste, forever. Assim meio Carlos Imperial.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Só que para ser um legítimo carioca, tipo 12 anos, existem certas normas. Afinal, não é porque somos reconhecidamente esculhambados, que vamos abrir mão da nossa grife. Para ser aceito nessa confraria é preciso gostar de samba, futebol, chope com conversa fiada (e, afiada, também), papo de esquina e bunda dos outros. Isso mesmo: bunda! E não pensem que esse papo de bunda é coisa de machista porque estou falando de mulheres, também. As cariocas, aquelas que “basta o jeitinho dela andar” também são fissuradas numa bunda. Só que de homens, mesmo nesses tempos de múltiplas opções sexuais. Ainda está pra nascer uma carioca, que abra mão de cravar suas unhas bem tratadas numa bunda cabeluda naquela tal de hora “H”. Sabe qual é, né? Aquela hora em que gemidos discretos se transformam em urros nem tanto e os vizinhos descobrem o que estávamos fazendo no quarto, na sala, na cozinha...</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Carioca e sexo, por um triz não são sinônimos. Pouca gente sabe (e quem sabe, se nega a reconhecer), mas foram os cariocas que, mesmo sem saber falar inglês, descobriram porque sexta-feira se grafa com S, E, X. E, também fomos nós que demos sentido aos happy hours, dos louros meninos do norte, quando numa livre tradução, adotamos a tradução de “horário pré-motel”.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Carioca é o único cara do mundo que está sempre pronto para receber uma desmilinguida asa de frango, quando pede a alguém para dar "umazinha".</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O Rio deveria ser tombado como patrimônio cultural do mundo e não pelas águas de março (Ave, Tom!). Quando “neguinho” tava pensando em dar umas bandas lá pelos lados do moinho, a gente já vinha voltando com quilo e meio da melhor farinha. E mesmo naqueles tempos, em que paulista pensava que trabalhava mais que a gente (vide pesquisa no Fantástico), a cariocada desvairada já recebia, de braços abertos (Benção, Redentor), piauienses, mineiros, gaúchos e até paulistas na Imperial Irmandade Carioca. Mesmo que os caras se traíssem nos botecos da vida, pedindo um chopes e dois pastel.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Eu, que não tenho nada a ver com isso, modestamente, filho de Oxossi com Oxum, afilhado querido de Xangô, só lamento que o Rio já não seja tão suburbano como deveria. Pois, para quem não sabe, assim como o Brasil é mulato (Saravá, João Ubaldo), o Rio é suburbano. O Rio de Janeiro, fevereiro e março (Alô, ministro!) nunca foi Ipanema ou Barra. O Rio é Tijuca, Pilares e Madureira. O Rio nasceu no centro e, com a chegada da Família Real Portuguesa, foi mandado pro subúrbio. Nas Ipanemas da vida moram os suburbanos que deram certo. Ou ainda, os que pensam que deram certo. (E haja SPC pra segurar tanto cheque sem fundos dos falsos bacanas)</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O melhor Rio ainda é o moleque, o debochado, o que prefere joelho de normalista no bonde, ao invés das bermudas “cofrinho” das fanqueiras. Nossa melhor bala é a “Ruth” (que dá figurinha e tudo) e não essas perdidas que andam por ai.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não se iludam, aquele carioquinha de filme da Disney, com chapéu de palha e camisa listrada, só é encontrável em bares e rodas de samba pra lá da Central. Mas, como sou de Cascadura, tô bem na fita.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sábado, primeiro de março, vou me meter numa camiseta regata, uma bermuda velha, calçar um chinelo de dedo, pegar meu tamborim, juntar a rapaziada pra tomar uma “baixa renda” com jiló e moela no bar do “seu” João e curtir minha carioquice.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><em>“Brasil, tira as flechas do peito do meu padroeiro, que São Sebastião do Rio de Janeiro ainda pode se salvar”</em>. (Salve Moacyr Luz, Aldir Blanc e Paulo Cesar Pinheiro)</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">É isso aí...</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><em>Anderson Fabiano</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;"><em>Publicado originalmente no Recanto das Letras em 12/03/2008</em></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Imagem: Google - São Sebastião, de Guido Reni (1575 - 1642)</span></span>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-45727800719958791552011-05-21T14:25:00.007-03:002011-05-21T14:33:21.650-03:00So what<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjFNpCT_M5BbkR2wXhcquq8EB1obCzrSxI9kxQG69f4P9uXayC3K3Qu7zTjd9O5QKB0Kpu-R0BBnh-gNk-g-cVIB9G9iBuel9IjYvu4cyNf5LFH5LCNhJUaU1SME8-Qs-_WHhdGEq8HqH0/s1600/so+what.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5609211843949189266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjFNpCT_M5BbkR2wXhcquq8EB1obCzrSxI9kxQG69f4P9uXayC3K3Qu7zTjd9O5QKB0Kpu-R0BBnh-gNk-g-cVIB9G9iBuel9IjYvu4cyNf5LFH5LCNhJUaU1SME8-Qs-_WHhdGEq8HqH0/s200/so+what.jpg" style="height: 200px; width: 176px;" /></a><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Percebo que nas muitas páginas já escritas da minha vida, umas merecem mais destaques que outras. Algumas, já foram relidas tantas vezes que precisei marcá-las com orelhas para não perdê-las de vista. Outras, entretanto, permanecem imaculadas como alunas recém ingressas num colégio de freiras.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Daquelas revisitadas com alguma constância, algumas dão um prazer enorme rever. Dentre essas, as que registram meus primeiros passos no aprendizado do Jazz. E do Blues, também.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Ainda escrevia letras com resquícios de caderno de caligrafia, quando ouvi meus primeiros temas, e desde então, alguma coisa já me fascinava ao nível da emoção.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Por alguma razão, sabia o tempo todo que havia algo muito além das transpirações, dos vícios, das solidões. Havia uma estranha e prazerosa intensidade, uma coisa mágica que traduzia a reconexão das criaturas e o Criador.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Lembrei-me que vem daquele tempo o hábito arraigado de ouvir, por horas a fio, os temas mais pertinentes a cada um dos meus momentos. Alguns eletrizantes, outros reflexivos, mas todos balsâmicos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Fiz-me íntimo de gente como Wes Montgomery, Basie, Ron Carter, Monk, Dexter Gordon, Dizzy e tantos outros. Gente iluminada que me transportava a mundos cuja existência desconhecia. Mas um cara, dentre eles, sempre me avassalou: Miles Davis.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Hoje, aqui, agora, enquanto tento convencer meus dedos a acompanhar meus pensamentos no teclado do computador, estou ouvindo quase à exaustão <i style="mso-bidi-font-style: normal;">So what</i>, na versão eternizada naquele que é reconhecido como um dos 10 melhores álbuns de todos os tempos: Kind of Blues. Simplesmente arrebatador.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Há uma coisa sagrada nisso tudo. Tem que haver.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Vejo claramente uma relação mística entre as notas, instrumentos e músicos. Há algo além da emoção, há magia.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Cada nota exala um aroma, libera uma luz, uma cor que desenha uma mensagem como numa tela de Petikov.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Instrumentos interagindo numa sinergia cósmica como a propor uma orgia de sons que elevam, purificam, dão sentido às coisas, explicam o inexplicável e nos remetem a um plano para o qual ainda não estamos preparados.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">O trompete de Miles conversa comigo e tenta, desesperadamente, me fazer entender algo que não entendo. Emociona-me porque quer me ensinar a emocionar.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Fecho os olhos e, com os olhos da alma, enxergo aquela figura negra, magra, recurvada sobre a busca das notas perfeitas, misturando suor e lágrimas inconfessadas que escorrem cúmplices sobre o metal, enquanto sua pantomima expressa as alegrias e angústias da sacra sinfonia de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">So what</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Clube de gueto pobre em noite de chuviscos, pouca gente na casa, fumaça de cigarro misturada às mãos furtivas que bolinam as coxas das garçonetes. Bourbon barato, dedos tamborilando o balcão, iluminação de bas-fonds, spots singulares, sem efeitos especiais. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">So what</i>.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Bocas de poucos dentes, hálitos impuros, falsa elegância de ternos mal talhados, a soberba dos negros iniciados que me olham de soslaio e sorrisos de secretos orgasmos entrelaçam olhares, também secretos, entre os músicos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Queria saber emocionar com as palavras como esses caras me emocionam com a música. Mas, so what se não consigo? Sigo tentando, enquanto houver páginas em branco para serem escritas...</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><em>Anderson Fabiano</em></span><br />
<br />
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google</span></span></div>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-12061568416715408572011-04-18T09:29:00.008-03:002011-04-18T22:21:24.015-03:00Meu tempos de Nietzsche<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh47Nuyq5aPaz4795naW_nB2_I_1Vj4rJ6Or12QVMqlszVLtQQ29LrSt_gQFaOd45UqwmFEsuhlysxBXtjsQMlKgKxXGC9Re822IDab6VJozAHK16v7xPvfUTGnbOer0A8jJrHouCLjo3ZS/s1600/nietzche.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; height: 332px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; width: 221px;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh47Nuyq5aPaz4795naW_nB2_I_1Vj4rJ6Or12QVMqlszVLtQQ29LrSt_gQFaOd45UqwmFEsuhlysxBXtjsQMlKgKxXGC9Re822IDab6VJozAHK16v7xPvfUTGnbOer0A8jJrHouCLjo3ZS/s320/nietzche.jpg" /></a><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Dia desses, organizando minha biblioteca, bati os olhos num livro de Nietzsche (aquele da capa verde) e, sem ter como fugir, revisitei meus tempos de jovem revolucionário, cheio de boas intenções. Recuperei, na frágil memória, desejos e planos para um país melhor, com mais esperanças e todas aquelas coisas que a gente pensa poder mudar quando se tem o futuro inteiro pela frente e ainda não temos impregnados na alma (e nas costas) as marcas de uma repressão violenta e sem sentido.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Com Nietzsche aprendemos a sabotar a lógica da filosofia dominante, fomos anarquistas do pensamento e, de quebra, cults. Da mesma patota, fomos “coleguinhas” de Marcuse, Engels, Marx, Hesse e outros criadores de caso que moldaram nosso jeito de ser e nos encorajaram a enfrentar a PM.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Era um tempo em que sonhar era direito de todos, não morávamos em apartamentos ou casas, mas em aparelhos. Qualquer de nós, acompanhado por mais dois, era visto como uma ameaçadora conspiração contra o país. Vivíamos, literalmente, nas sombras e atalhos da vida. Nosso caminho era marginal por excelência.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Depois a coisa ficou preta.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Muitos de nós morreram ou desapareceram (nome técnico dado para pessoas mortas em nome da Segurança Nacional). Alguns recomeçaram suas vidas no exílio, muitos ficaram grisalhos longe de suas famílias, outros cederam ao status quo, e todos, absolutamente todos, carregaram suas dores e frustrações pelo resto da vida.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Hoje, sentado atrás de uma indesejável barriga capitalista (que de capitalista mesmo só tem a barriga), volto a uma das máximas do velho Friedrich para entender a lembrança: “Na solidão, o solitário se devora. Na multidão, devoram-no. Pode escolher”. Triste sina dos pensadores. Consola-me uma de suas outras máximas, que só mesmo minha teimosia para manter viva: ”A arte deve antes de tudo, e em primeiro lugar, embelezar a vida”.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ao escrever, acredito estar fazendo arte. Menos mal.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><em>Anderson Fabiano</em></span><br />
<br />
<br />
Imagem: GoogleAnderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-78743637518543651562011-03-26T12:33:00.003-03:002011-03-26T12:41:03.223-03:00O maior time de todos os tempos<div></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWjvZvk46Me6qOJuFp0ye0vlgQnSoouyY7gBzdy4Xa9Occu02wed6y04TRAgH0HoYau_A5qxv-YKKXG-c43rMfd3dg48nMsS2N8syEuA83mZvR7k3HxdMgeUh1Yxv9ERDKay3iR23f3rx2/s1600/O+maior+time....jpg" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5588411057929938498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWjvZvk46Me6qOJuFp0ye0vlgQnSoouyY7gBzdy4Xa9Occu02wed6y04TRAgH0HoYau_A5qxv-YKKXG-c43rMfd3dg48nMsS2N8syEuA83mZvR7k3HxdMgeUh1Yxv9ERDKay3iR23f3rx2/s200/O+maior+time....jpg" style="height: 200px; width: 200px;" /></a><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Todo mundo que curte futebol tem na cabeça um time dos sonhos, não importando pra quem se torça. E comigo não é diferente: Fiat Lux, Phimatosan e Calcigenol; Coquinho, Nilópolis e Casacão; Mido, Fichinha, Cocão, Capa e Pateck Phillipe. Inesquecível! Um verdadeiro escrete que atravessou quase toda a década de 50, experimentando raríssimas derrotas.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Cada um deles foi preparado para ser um verdadeiro especialista da posição. Jogadores que inovaram o futebol do pós-guerra. Esse ataque, inclusive, é um dos segredos mais bem guardados que trago comigo.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ainda me lembro quando essa intransponível defesa entrou em campo, pela primeira vez, e causou muita polêmica. Cada jogador estava preparado para render o máximo em sua posição e até aquela tarde de sábado ninguém havia visto, ainda, duas tampas de xarope, com bainhas perfeitas, formando a zaga de um clássico WM. Muito menos uma caixa de fósforos-goleiro preenchida com chumbo derretido. Imbatível!</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Os meias mesclavam agilidade e robustez: pela direita, casca de coco; no meio, três fichas do Nilópolis-Cascadura coladas com esmalte e pela esquerda, um botão de osso afanado de um casaco velho da minha avó. Mas era no ataque que estavam as maiores novidades. Na ponta direita, uma galalite surrupiada do Mido do namorado de uma tia, durante um amasso (que ela nunca soube que eu vi). Veloz, ágil, difícil de marcar. Passava por onde ninguém esperava. Na meia-direita, uma ficha de ônibus que rodava na Zona Sul, que não depositei na urna durante um passeio que fiz com a mesma tia, só que acompanhada de outro namorado. Grossa, larga, de chute extremamente forte. O centro-avante trombador pedia a bola sempre enfiado no meio dos beques e como valia derrubar o goleiro adversário (desde que tocasse primeiro na bola), o malandro fazia a festa. Na meia-esquerda, um avante que não davam muito por ele, mas extremamente eficiente, o melhor ladrão de bola do time (talvez por ser originário de uma capa de gabardine, daquelas tipo Sherlock Holmes) e, na ponta esquerda, a melhor aquisição daquele timaço: um cristal de Pateck Phillipe perfeito. Velocíssimo! Imarcável! E essa eu preciso contar. Seguinte: um tio, irmão de meu pai, tinha a fama de haver roubado uns cristais e outras tantas pratarias, durante a separação dos meus velhos. Muito cara de pau convidou-me, certa vez, para passar um fim de semana na casa dele. Lá, pude ver, dentro de reluzentes cristaleiras, o que pensava ser os tais cristais dos quais tanto ouvira falar. Como o cara se gabava de possuir um monte de traquitanas, acabou por me mostrar uma caixa que, segundo ele, dificilmente alguém mexia para não expor a raridade lá guardada: uma fantástica coleção de relógios.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O tal tio safado exibiu-me todos, relatando de cada um as particularidades. Quando me apresentou ao tal Pateck Phillipe, falou-me das maravilhas do cebolão, inclusive que sua proteção era de cristal puro e coisa e tal.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">À noite, prepararam-me uma cama no quartinho onde o adorável larápio guardava suas raridades. Eu, que vivia numa pindaíba do cacete, sem mordomia nenhuma (coisa que em parte teria acontecido por conta dos tais bens de família que sumiram) resolvi dar uma de vingador. Assim, o cristal puro do relógio extraordinário do meu tio nem tanto, foi parar na ponta esquerda do meu time de futebol de botões.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">É possível que muita gente talvez nunca tenha ouvido falar em nenhum desses craques, mas quem andava lá pelos lados da Rua Mendes de Aguiar, nos idos dos anos cinquenta, conheceu o Vasquinho do neto da dona Ávila: Barbosa, Paulinho e Bellini; Élcio, Orlando e Coronel; Sabará, Almir, Vavá, Rubens e Pitanga.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E o Pinga era de cristal importado.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia;"><em>Anderson Fabiano</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Google editada pelo autor</span><br />
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</div>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7255042909688588864.post-90554877858042728872011-03-03T13:21:00.018-03:002011-03-03T13:42:13.532-03:00O país do talvez<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixfN0N_GfC4ExZ3Fx1LGzWOJG7ZjYsOxQgupmKFDjbyWnuu5Rf0icjw8PHM190a1aSQzcEByMReaxuN8mkaVXfPKE5-sB8YU3dSLdkYul2RdLaZDwaqRaVjl14z4HhEBZ15uND5p-Jv9Zl/s1600/vote3.jpg" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" height="135" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5579888771545002098" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixfN0N_GfC4ExZ3Fx1LGzWOJG7ZjYsOxQgupmKFDjbyWnuu5Rf0icjw8PHM190a1aSQzcEByMReaxuN8mkaVXfPKE5-sB8YU3dSLdkYul2RdLaZDwaqRaVjl14z4HhEBZ15uND5p-Jv9Zl/s200/vote3.jpg" style="height: 170px; width: 211px;" width="200" /></a><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Preciso tomar cuidado </span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">com a minha taxa básica de anarquia, senão acabo voltando pra cadeia em pleno alvorecer da terceira idade, o que seria um péssimo exemplo para essa juventude calça cofrinho e barriga tanquinho.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Tudo começou com uma manchete de telejornal: “Nenhum político ou ministro foi condenado, nos últimos 40 anos, </span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">pelo STJ.”</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Imediatamente, pensei nesse monte de gente que frequenta noticiário com seus escândalos contumazes e fiquei apavorado com a inequívoca demonstração de corporativismo da rapaziada. Não sei por que, lembrei da frase erroneamente atribuída ao De Gaulle*, na Guerra das Lagostas, episódio bizarro dos anos 60 e premonitório, se visto com olhos dos dias de hoje: “O Brasil não é um país sério”. Quer dizer, o país até que é. O problema, talvez, é que Brasília fica longe demais do Brasil. E nós, reles eleitores e contribuintes dos impostos mais caros do mundo somos obrigados, qual cordeirinhos, a retificar a famosa frase com um acanhado “sério não, apenas engraçado”.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A gente adotou uma educação francesa, para tentar viver como americanos, num país colonizado por portugueses degredados que, por sua vez, seguiam ordens de outros tantos que vieram dar em nossos costados fugindo de Napoleão. E, como ninguém queria nada com a “Hora do Brasil”, empregaram (no sentido de “usaram” e não no de “deram emprego”) mão de obra escravizada de negros raptados de suas nações, pelos quais pagaram pedágio atlântico aos corsários ingleses, com ouro das Geraes. E essa zorra toda sob os ditames judaico-cristãos da Santa Igreja. Quer dizer, não podia dar certo mesmo. Isso tudo, apenas, para que nossos colonizadores pudessem sentar em suas varandas palacianas, comer frango assado com as mãos, se refestelarem com as formas voluptuosas das negras ladeira acima e ensinarem pra gente como plantar algodão pra vender pros States e depois comprar calça Lee. Ou, se preferirem, plantar café e vender pros europeus, pra depois importar Nescafé.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Assim, com o devido respeito, me arvoro a corrigir a histórica frase: não se trata de ser sério ou não. O problema é que o Brasil é um país de amadores. Nessas terras, prostituta goza e traficante cheira. Dessa forma, nada mais natural que aqueles a quem confiamos um mandato para criar leis e fiscalizar o Executivo, sejam os primeiros a “passar batido” por sobre todas elas, em troca de uns cascalhos ou um favorzinho aqui, outro ali.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Por essas e por outras, ando pensando (com meu lado anárquico, é claro) em assumir a presidência da república (assim mesmo, com caixa baixa e tudo). E, sem perda de tempo, já estou rascunhando minhas metas com coisas bem simples.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Para começar, gostaria de encontrar algumas respostas que andam perdidas por aí. Por exemplo: por onde anda aquela cueca de 80 mil dólares? E o dossiê do PSDB? Ou, quem pagou (e para onde foram) os quatro milhões que o Roberto Jefferson disse, em cadeia nacional, que recebeu do PT? No que deu a CPI do Mensalão? Quem inventou, afinal, esse tal de apagão? Perguntas simples, que todo cidadão de bem se faz, diuturnamente.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mas, tem mais: vou proibir, logo no primeiro dia de mandato, por Medida Provisória, a fabricação de cigarros em todo território nacional! Cigarro por aqui, agora, só importado e ao custo mínimo de trinta e cinco dólares o maço. Quem sabe assim esses ambientalistas xiitas param de tratar fumantes como cidadãos de segunda classe. Haja saco! (Só perdem mesmo para os defensores dos direitos humanos dos bandidos).</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Outra coisa, se AK-47 vem da Rússia, AR-15 dos States e Uzi de Israel, alguém sabe me dizer como esse armamento chega aos Boréis da vida? E, pra terminar, tô pensando seriamente em mandar uma rapaziada até a Bolívia, para pegar nossas refinarias de volta. (Ah! Se elas fossem dos louros meninos do norte...)</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Quer saber? Acho melhor ficar por aqui. Mas confesso que ainda estou em dúvida se embarco nessa onda anárquica e falo o que todo mundo anda doido para falar ou se continuo brincando de cidadão imbecil e hipocritamente correto. Ou será melhor arrumar um boné do MST? Vai que os caras resolvem inventar um AI desses da vida e vai começar tudo de novo...</span><br />
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<span style="font-family: Georgia;"><em>Anderson Fabiano</em></span><br />
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">* <span style="font-size: x-small;">A famosa frase “O Brasil não é um país sério” é de autoria do embaixador Carlos Alves de Souza Filho e teria sido dita em 1963 e atribuída, erroneamente, ao então presidente da França, Charles de Gaulle.</span></span><br />
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Publicada originalmente em 23 de junho de 2007, no <a href="http://www.riototal.com.br/coojornal/andersonfabiano-arquivo.htm"><strong>CooJornal nº 534</strong></a></span></div>Anderson Fabianohttp://www.blogger.com/profile/12674151155914734828noreply@blogger.com14